Estreia dia 20/09 as 19h no cinema do Teresina Shopping, previsto para uma semana de exibição
Longa apresenta a travesti Kátia Tapety, filha de uma família tradicional
de políticos no interior do Piauí. Primeira transexual eleita a um
cargo político no Brasil, ela foi três vezes vereadora e uma vez
vice-prefeita da pequena Colônia do Piauí, cidade de 7.433 habitantes
que se emancipou em 1992
A produção foi lançada oficialmente no Piauí, no dia 25 de março, no Teatro do Boi, aberto para todos. O teatro lotou com a presença de vários amantes do cinema.
A estreia será em uma das salas do Teresina Shopping, às
19h, na próxima sexta-feira (20), previsto para uma semana de exibição.
Tendo uma boa bilheteria poderá ter mais dias de exibição.
O filme ganhou dois importantes prêmios no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba: Melhor Filme do Júri oficial e do Público!
A cineasta Karla Holanda falou que a princípio, será uma sessão por dia, às 19h. Eles disseram que ficará em cartaz só por uma semana, mas se tiver um número razoável de espectadores no fim de semana
poderá ficar mais. Por isso, gostaríamos de contar com todos para fazer
um mutirão: compartilhem, divulguem, convidem seus amigos, pais,
filhos, primos, tios. Professores, levem seus alunos! Os que moram no
interior, programem-se para ir a Teresina! Quem tem camisa do filme, use
nesta semana! Vamos associar o Piauí a ideias positivas, como a
trajetória de Katia Tapety! O filme precisa ficar mais que uma semana em
Teresina!
SINOPSE
Kátia Tapety é o personagem central deste filme. Nascida José, em
Colônia do Piauí (8 mil habitantes), Kátia tornou-se a primeira travesti a ser
eleita a um cargo político no Brasil. O filme é resultado de 20 dias de
convívio com ela.
SOBRE A DIRETORA
Karla Holanda nasceu no Piauí e é diretora desde 1992, quando
iniciou uma série de documentários sobre escritores brasileiros, no Rio de
Janeiro. Depois disso, morando em Fortaleza, recebeu prêmios de fomento, com os
quais realizou curtas como "Vestígio" e "Riso das
Flores". O filme "Kátia" é seu primeiro longa metragem. Professora
de cinema na Universidade Federal de Juiz de Fora, é doutora em comunicação,
pela UFF, e mestre em multimeios, pela Unicamp.
ESTREIA, FESTIVAIS E PRÊMIOS
KÁTIA estreou nacionalmente no Festival de Brasília/2012 e participou
de outros festivais, como a Mostra Internacional de Cinema São Paulo, Mix
Brasil, For Rainbow Festival, onde recebeu tripla premiação: Melhor Filme,
Melhor Fotografia e Melhor Edição. Em 2013 (junho), no Olhar de Cinema –
Festival Internacional de Curitiba (2013) recebeu os prêmios de Melhor Filme
pelo júri oficial e Melhor Filme pelo Público.
O QUE DISSERAM SOBRE O FILME
“É sem
julgamentos sobre homofobia, família, amor e morte que Karla se aproxima de
nossa protagonista e, ao terminarem seus setenta minutos de filme, ficamos ao
lado de ambas, aproveitando o fim de tarde, vendo a boiada passar.” (Filipe
Matzembacher; Avante
Filmes, 03/04/13).
“Kátia” é um filme
direto e despojado, como a própria personagem que se propôs a retratar.” (Celso
Sabadin, Planeta Tela, 06/13).
“Não se trata de uma obra didática, e sim muito
mais emocional (...). Sem muitas distrações, vai direto ao ponto, e nesse
processo conquista o espectador.” (Robledo Milani, Papo de cinema, 29/3/13).
“O documentário “Kátia” foi o filme mais
aplaudido das sessões da mostra competitiva de quarta-feira no Festival de
Brasília.” (Ingridy Peixoto, Pipoca Moderna, 21/09/2012).
“Foi essa história
inusitada que despertou a curiosidade da diretora Karla Holanda (que também é
natural do Piauí, mas hoje mora no Rio de Janeiro) a retratar a história de
vida dessa personagem que, ao fim da exibição do documentário “Kátia”, no
Festival de Brasília, foi cercada por novíssimos fãs, fotógrafos e jornalistas.
“Eu quero a Kátia pra mim!”, dizia uma jovem empolgada com a força e
determinação mostradas no filme” (James Cimino, UOL, 20/09/12).
“É interessante ver os recursos que Karla utiliza para ir
além do mero rascunho de personagem. Ora ela se limita a observar as atividades
de Kátia no trabalho do campo – onde sua energia evoca o José Nogueira Tapety
que ela um dia já foi –, ora deixa Kátia assumir um pouco as rédeas do filme
que está sendo feito sobre ela. Por vezes, provoca conversas reveladoras com
amigos, parentes e autoridades. Em outros momentos, colhe a verve histriônica
de Kátia em performances diretas para a câmera (...). Kátia nos
leva a conviver, ainda que brevemente, com uma figura sob todos os aspectos
extraordinária.” (Carlos Alberto Mattos – Blog Carmattos – 21/11/12).
“Um bonito filme, muito bem fotografado
(pela craque Jane Malaquias), que acompanha o dia a dia dessa personagem
simpática. Vemos seu cotidiano no trabalho duro da fazenda e também na cidade.
O preconceito, a pressão familiar e social dão conta da vida difícil, que a personagem
enfrenta com muita garra” (Luiz Zanin – O Estadão – 21/09/2012).
“Há, antes de mais nada – e
surpreendentemente pelo tempo de captação -, muito cinema nas imagens obtidas:
não sabendo o quanto houve de perícia ou sorte” (Cid Nader – Cinequanon – 09/2012).
VISÃO DA DIRETORA
Embora
eu seja do Piauí, a primeira vez em que ouvi falar em Kátia eu morava em São
Paulo e foi através de jornais, internet. Ela já era uma figura midiaticamente
conhecida por ter se tornado a primeira travesti a se eleger a um cargo
político no Brasil. Seu sobrenome me chamou a atenção. Tapety é uma das
mais tradicionais famílias ligadas à política do estado.
O
que mais me impactou foi o fato de uma forte história de ruptura com os modelos
convencionais, que a trajetória de Kátia representa, vir justamente de um dos
estados mais pobres do país e, precisamente, de uma pequena cidade cravada no
sertão, geralmente associado a terra de “cabras machos”, como se ali os
preconceitos, naturalmente, aflorassem mais e maiores. E não era nada disso.
Surgia o desejo de fazer um documentário com ela.
Assim,
em janeiro de 2008, fui a Oeiras, uma bonita cidade que guarda resquícios de
seus tempos coloniais. Ela tem cerca de 36 mil habitantes e foi a primeira
capital do Piauí (1759-1851). Foi ali que Kátia nasceu.
Kátia,
vice-prefeita na ocasião, foi ao nosso encontro, num hotel na Praça da Matriz.
Ela estava acompanhada de um garoto de oito anos, que ela criava juntamente com
seu companheiro, com quem vivia há mais de 20 anos. O companheiro é o pai
biológico da criança, que Kátia tratava como filho. Dali, fomos à Colônia do
Piauí, onde Kátia mora. Colônia pertencia a Oeiras até 1992, quando tornou-se
município independente. Fica a uns 20 minutos de distância de Oeiras, indo de
carro.
Chegamos
a sua casa, que fica na estrada. Lá estavam seu companheiro, sua outra filha
adotada e sua cunhada Cremilda. É uma casa simples, de chão batido, parede
chapiscada, pé direito alto e telhas. É uma casa antiga, foi ali que ela nasceu
há uns 60 anos. Ela nos contou que os irmãos foram todos saindo para estudar
fora, primeiro em Oeiras e depois em Teresina ou outras capitais. Ela foi
ficando. Seu pai não deixava que ela estudasse em colégios para não expor “o
filho efeminado”; nem à missa ele permitia que fosse. Quando ia, “levava uma
surra”. Ela era criada para cuidar dos bichos.
Hiperativa,
cheia de histórias para contar – histórias que se acavalam com outras, nem
sempre concluídas -, Kátia tem grande senso de humor, é solar, espirituosa, sem
filtro.
Gravei
conversas com ela e com outros, paisagens da região e ambientes familiares com
uma pequena câmera. Voltei. Agora eu morava no Rio. Durante o ano de 2008,
trabalhei naquele material pesquisado. O que eu queria fazer? Como eu iria
fazer? Amadureci a ideia e estruturei uma proposta. Estava decidida a fazer o
máximo possível para ganhar um edital e conseguir fazer o filme da forma que eu
havia pensado e não na “guerrilha”, como havia feito, no mínimo, outros dez.
Seria meu primeiro longa.
Em
2009, inscrevi o projeto nos principais editais que abriram nesse ano. O
primeiro que inscrevi foi o último a sair o resultado, mas também era o melhor.
Em fevereiro de 2010, saiu o resultado do Prêmio Petrobras Cultural. Ganhamos!
Em
maio de 2010, voltei a Colônia. Muito havia mudado: desde que a cidade se
emancipou, era a primeira vez que Kátia perdia uma eleição – não se elegeu
vereadora; seu casamento acabou; seu “filho” já não morava com ela – a mãe o
exigia; o ex-companheiro não queria participar do filme… Mudanças de rumo no roteiro. Na
verdade, a cada encontro, novas mudanças, novos rumos. As filmagens
propriamente mostraram que o roteiro seria só um pontapé, tudo mudava a cada
instante.
Em
agosto voltei novamente, desta vez com a Jane Malaquias, diretora de
fotografia. Fizemos um reconhecimento da região, apresentei Kátia e visitamos
locações. Dois meses depois, estávamos de volta para filmar.
Equipe
de produção pequena. Duas semanas de filmagem no Piauí e dois dias no Rio de
Janeiro – por coincidência, Kátia iria participar de um Seminário LGBT, no Rio,
logo após as filmagens no Piauí. Assim, incluímos o Rio, não previsto
inicialmente.
Cerca
de 30 horas filmadas. 2011 foi o ano da edição. Cerca de um ano para dar a
edição por definitivamente concluída, o filme ficou pronto em março de 2012.
Ui,
ui. Agora é o medo, a dúvida – o filme vai ser visto? Como será visto? Por
quem? Onde? Eu não sei. Precisaria me distanciar para enxergar melhor. Por
enquanto, torço. Acho que é sincero – incorporei o inesperado, o que não previ;
despretensioso – dramaturgia discreta, mas presente; Kátia está ali, como a vi.
Karla Holanda. Rio de Janeiro,
30 de junho de 2012.
EQUIPE
direção e roteiro Karla Holanda
direção de fotografia e câmera Jane Malaquias
produção executiva Leonardo Mecchi, Alcilene
Cavalcante, Karla Holanda
montagem Marco Rudolf, Karla
Holanda
trilha sonora Rita Ribeiro, Felipe
Pinaud
tema de abertura Dj Dolores
direção de produção Virna Paz
som direto Marco Rudolf
edição de som Waldir Xavier
mixagem Ricardo Cutz
pesquisa Alcilene Cavalcante, Karla
Holanda
projeto gráfico Luiz Garcia
MAIS INFORMAÇÕES
katiaofilme.com | www.emfocomultimidia.com.br
E agora como está a Kátia ? Meu nome é kely de Manaus.
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